Um grupo de
pesquisadores acaba de encontrar uma alternativa mais “verde” para a produção
das onipresentes baterias de íon-lítio — utilizadas em uma infinidade de
eletrônicos portáteis. A nova bateria sustentável utiliza a purpurina, um
corante vermelho-amarelado extraído da raiz de plantas do gênero Rúbia — usadas
há milhares de anos para tingir roupas.
A primeira vantagem (um
tanto óbvia) é que a substância não faz uso de processos dispendiosos e
poluidores de mineração. Atualmente, o lítio óxido de cobalto (LiCoO2) é o
material primordialmente utilizado para a formação de cátodos nas referidas
baterias. Entretanto, a extração do cobalto e sua posterior combinação com o
lítio é um processo bastante caro, envolvendo ainda uma enorme quantidade de
energia.
Segundo o pesquisador
Arava Leela Mohana Reddy, em texto publicado pela Rice University
(Houston, Texas, EUA), considerando-se o alto consumo de energia envolvido na
reciclagem, o resultado são 72 quilos de dióxido de carbono emitidos para a atmosfera
para cada quilowatt utilizado no processo.
Conforme mostrou a
pesquisa conduzida pela referida universidade — em conjunto com as forças
armadas estadunidenses e a City College of New York —, além da purpurina,
várias outras moléculas coloríficas de origem biológica também oferecem
alternativas com bom potencial, além de agredirem menos o meio ambiente. Isso
em razão de grupos de carbonilas e hidroxilas, os quais permitem a passagem de
elétrons.
“Esses sistemas
aromáticos encerram moléculas ricas em elétrons livres, os quais são facilmente
coordenados com o lítio”, explicou o professor de química do City College,
George John.
Transformar a purpurina
em um eletrodo pode ser feito em temperatura ambiente. Trata-se de um processo
simples que envolve a dissolução da purpurina em solvente de álcool e a adição
de sais de lítio. No que diz respeito às previsões, os pesquisadores afirmam
que o domínio pleno dos mecanismos utilizados no processo deve fazer com que a
bateria “verde” seja produzida comercialmente em breve.
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